Os primórdios históricos de Araruama se confundem, portanto, como início da História de Cabo Frio, sendo importante assinalar que as primeiras notícias, embora bastante vagas, da exploração das terras araruamenses, remontam ao ano de 1575, quando se deu a expedição do governador Antonio de Salema, do Rio de Janeiro, à região de Cabo Frio, onde foram dizimados centenas de franceses e índios Tamoios.
A vinda de Antônio de Salema fez parte da nova investida do Governo português, para melhor administrar a extensa colônia que era o Brasil. Salerna fora nomeado Governador do Sul, região que incluía, não apenas o Rio de Janeiro, mas também toda a zona leste e sul da Capitania de Porto Seguro até São Vicente, Capitania esta que foi doada em 1534 a Martin Afonso de Souza e da qual fazia parte o território que hoje compreende o Município de Araruama.
No Regimento da Câmaras Municipais, obra de autoria de João Baptista Cortines Laxe, publicada no século passado, vamos encontrar a data de 10 de janeiro de 1799, tal como se referiu o Monsenhor Pizarro, à criação da Freguesia de São Sebastião de Araruama, o que nos leva a estranhar a omissão de Saint-Adolphe no seu Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil. publicado em Paris, no ano de 1846, omissão que é assim explicada por Alberto Ribeiro Lamego: “a importância urbana deste núcleo foi insignificante em todo o Império, Saint-Adolphe nem sequer o menciona.” Explicação que não faz sentido absolutamente, pois que o citado autor francês menciona na sua obra dezenas de promontórios e arraiais sem qualquer expressão política e de muito menor importância econômica do que Araruama, e que no entanto, não deixam de figurar no Dicionário de Geografia Universal, edição organizada em Lisboa por Tito Augusto de Carvalho, em 1887.
Voltando a falar dos franceses, que se estabeleceram em Cabo Frio, nos séculos XVI e XVII e, provavelmente, também mantiveram alguma fortificação ou ponto estratégico de defesa nas terras de Araruama, o escritor e historiador Elyzio Pacheco, Autor da obra O Homem dos Lagos, admitia que o assunto é intrigante, e fez este comentário: “Que ligação há com os franceses dos séculos XV e XVII nos Lagos? Se era simples "pouso” de tropas para a serra, via Lumiar e rincões das Minas, como veio ter como Orago a Vicente de Paulo. em 1850 e poucos?
Sem muito sucesso, rebuscadas algumas obras sugeridas por aquele estudioso da História da Região dos Lagos, entre as quais a Memória Histórica da Cidade de Cabo Frio. - Memória Histórica e Documentada das Aldeias dos índios da Província do Rio de Janeiro, de J.N. de Sousa e Silva; Apontamentos para a História da Capitania de São Thomé. de Augusto de Carvalho, e ainda outras, como Bosqueios Históricos do Estabelecimento dos Franceses no Rio de Janeiro. do Cônego J.C. Fernandes Pinheiro e Os Franceses no Rio de Janeiro, de autoria do General Tasso Fragoso. Nada de concreto nem documentado, além do que já é de amplo conhecimento, foi possível apurar para a elucidação do assunto. O que se sabe, e é confirmado por todos os autores citados, é que realmente existiu em Cabo Frio, e não precisamente em Araruama, uma importância base de operações e de comércio, com intenso tráfico entre os gauleses e os índios, que recebiam constantemente armas e munições, para o desespero da população costeira.
Foi nessa conjuntura, diga-se de passagem, que o Governador Antonio de Salema pôs termo quase definitivo as ameaças e perigos que ainda atemorizavam a população do Rio de Janeiro.
Recusando-se a fazer qualquer concessão aos adversários (tamoios e franceses), que ficaram privados de seus abastecimentos de víveres e de água, o Governador Antonio de Salema agiu de forma rápida e impiedosa, determinou ainda que tossem destruídas todas as fortificações e aldeias, empreendendo implacável perseguição aos indígenas fugitivos, matando mais de 2 mil e aprisionando cerca de 4 mil, conforme atesta o autor de Os Franceses no Rio de Janeiro. Os que se salvaram dos combates e da chacina, fugiram para o interior, abandonaram a região e transferiram-se definitivamente para o Norte do Brasil”, conclui Tasso Fragoso. Isso foi em agosto de 1575, mas já entre 1580 e 1581 se tem notícias de que grupos de 3 e 4 naus francesas ainda realizavam ações de corso esporádicas na Guanabara, sendo repelidos e sofrendo pesadas baixas. Estaria aqueles franceses baseados em Araruama? teriam partido de Cabo Frio? da Região dos Lagos?
A verdade é que a investida de Antonio de Salema não obteve lá os resultados apregoados, mesmo porque a região continuou a mercê dos corsários franceses e de outros visitantes europeus, provavelmente, até o início do século XVII, quando a região passaria a ser efetivamente ocupada.
A vinda de Antônio de Salema fez parte da nova investida do Governo português, para melhor administrar a extensa colônia que era o Brasil. Salerna fora nomeado Governador do Sul, região que incluía, não apenas o Rio de Janeiro, mas também toda a zona leste e sul da Capitania de Porto Seguro até São Vicente, Capitania esta que foi doada em 1534 a Martin Afonso de Souza e da qual fazia parte o território que hoje compreende o Município de Araruama.
No Regimento da Câmaras Municipais, obra de autoria de João Baptista Cortines Laxe, publicada no século passado, vamos encontrar a data de 10 de janeiro de 1799, tal como se referiu o Monsenhor Pizarro, à criação da Freguesia de São Sebastião de Araruama, o que nos leva a estranhar a omissão de Saint-Adolphe no seu Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil. publicado em Paris, no ano de 1846, omissão que é assim explicada por Alberto Ribeiro Lamego: “a importância urbana deste núcleo foi insignificante em todo o Império, Saint-Adolphe nem sequer o menciona.” Explicação que não faz sentido absolutamente, pois que o citado autor francês menciona na sua obra dezenas de promontórios e arraiais sem qualquer expressão política e de muito menor importância econômica do que Araruama, e que no entanto, não deixam de figurar no Dicionário de Geografia Universal, edição organizada em Lisboa por Tito Augusto de Carvalho, em 1887.
Voltando a falar dos franceses, que se estabeleceram em Cabo Frio, nos séculos XVI e XVII e, provavelmente, também mantiveram alguma fortificação ou ponto estratégico de defesa nas terras de Araruama, o escritor e historiador Elyzio Pacheco, Autor da obra O Homem dos Lagos, admitia que o assunto é intrigante, e fez este comentário: “Que ligação há com os franceses dos séculos XV e XVII nos Lagos? Se era simples "pouso” de tropas para a serra, via Lumiar e rincões das Minas, como veio ter como Orago a Vicente de Paulo. em 1850 e poucos?
Sem muito sucesso, rebuscadas algumas obras sugeridas por aquele estudioso da História da Região dos Lagos, entre as quais a Memória Histórica da Cidade de Cabo Frio. - Memória Histórica e Documentada das Aldeias dos índios da Província do Rio de Janeiro, de J.N. de Sousa e Silva; Apontamentos para a História da Capitania de São Thomé. de Augusto de Carvalho, e ainda outras, como Bosqueios Históricos do Estabelecimento dos Franceses no Rio de Janeiro. do Cônego J.C. Fernandes Pinheiro e Os Franceses no Rio de Janeiro, de autoria do General Tasso Fragoso. Nada de concreto nem documentado, além do que já é de amplo conhecimento, foi possível apurar para a elucidação do assunto. O que se sabe, e é confirmado por todos os autores citados, é que realmente existiu em Cabo Frio, e não precisamente em Araruama, uma importância base de operações e de comércio, com intenso tráfico entre os gauleses e os índios, que recebiam constantemente armas e munições, para o desespero da população costeira.
Foi nessa conjuntura, diga-se de passagem, que o Governador Antonio de Salema pôs termo quase definitivo as ameaças e perigos que ainda atemorizavam a população do Rio de Janeiro.
Recusando-se a fazer qualquer concessão aos adversários (tamoios e franceses), que ficaram privados de seus abastecimentos de víveres e de água, o Governador Antonio de Salema agiu de forma rápida e impiedosa, determinou ainda que tossem destruídas todas as fortificações e aldeias, empreendendo implacável perseguição aos indígenas fugitivos, matando mais de 2 mil e aprisionando cerca de 4 mil, conforme atesta o autor de Os Franceses no Rio de Janeiro. Os que se salvaram dos combates e da chacina, fugiram para o interior, abandonaram a região e transferiram-se definitivamente para o Norte do Brasil”, conclui Tasso Fragoso. Isso foi em agosto de 1575, mas já entre 1580 e 1581 se tem notícias de que grupos de 3 e 4 naus francesas ainda realizavam ações de corso esporádicas na Guanabara, sendo repelidos e sofrendo pesadas baixas. Estaria aqueles franceses baseados em Araruama? teriam partido de Cabo Frio? da Região dos Lagos?
A verdade é que a investida de Antonio de Salema não obteve lá os resultados apregoados, mesmo porque a região continuou a mercê dos corsários franceses e de outros visitantes europeus, provavelmente, até o início do século XVII, quando a região passaria a ser efetivamente ocupada.
0 comentários:
Postar um comentário